O primeiro round teve o primor de fazer sair do forno as reproduções incrivelmente fiéis que formam esta obra exibida por ora: luvas de boxe, capacete de treino, banquinho de corner, saco de pancada para socos e outros símbolos do universo dos boxeurs. Como ocorre na luta onde só cabe a vitória ou a derrota, cada fornada é uma verdadeira surpresa.
O calor de 1100ºC do segundo round foi decisivo para se retirar intactas dos encaixes dos moldes incandescentes as peças em escala real (moldadas a partir do objeto original) exibidas em re.van.che. O longo embate final – já sob o efeito do resfriamento da temperatura ambiente – foi reservado para vencer os incansáveis testes de cor, textura e aplicação do brilhoso vermelho do esmalte – que exige 2 idas ao forno – 1. para se obter o “biscoito” e 2. o resultado do derretimento dos minerais vitrificantes da tinta que dão liso acabamento. A dureza do trabalho repetitivo afere preceito nefasto ao labor extremamente físico. Nas palavras de Laerte: “Tudo tende a dar errado, sempre vai queimar, estourar ou quebrar na hora que não pode, na hora que não quero, quando não é pra quebrar”.
Noções práticas de física e química – aliadas a uma prévia experiência do artista com a escultura em cerâmica – lhe concedem um domínio pelo conhecimento sobre certas variantes da fórmula: temperatura x pigmento x massa, o que nem sempre determina o êxito do argiloso e lento processo.
De natureza instalativa, re.van.che conta também em sua inauguração com um colaborador convidado para se levar a cabo uma performance. Há muitos paralelos que entrelaçam as relações da vida artística com o mundo das artes nessa apresentação. Se integrasse esta exposição um auto-retrato de artista, sem dúvida haveria de mostrá-lo vestido numa camiseta suada. Inspirada nos rituais de luta e nas artes marciais, esta nova performance de Laerte é o cinturão de ouro que lhe faltava usar desde a sua iniciação na cerâmica em 2003.
O golpe contra o tacelo (molde) significa o princípio de todo o sentido por detrás dos frenéticos exercícios de aperfeiçoamento da técnica. Como se fora um lutador em treinamento, nesta exposição individual Laerte Ramos passa a estar à frente de sua obra somente pela revanche do instante.
Trabalho pesado: Uma entrevista “in progress” (e-mail a e-mail), por Marcio Harum
Marcio Harum: Até bem poucos anos atrás o seu trabalho reconhecidamente tinha a gravura como afinidade eletiva. Conte um pouco desta sua guinada em direção à cerâmica.
Laerte Ramos: Trabalho com xilogravura desde o tempo em que cursava artes plásticas na FAAP, em 1997-2001, mais precisamente. Gostei desta técnica pois exigia um esforço para se obter o resultado impresso. O desenho, o talhar da madeira/mdf, o aprimoramento das técnicas de impressão, e o resultado final impresso no papel. Por muitos anos, a xilogravura me envolveu e me ensinou algo a mais sobre a imagem/desenho. O branco e preto, a figura e fundo, o talhado e não talhado, o cheio e vazio, eram sempre contrastes que acabaram definindo e me ensinando muito sobre o meu próprio desenho.
Da xilogravura, desenvolvi animações em vídeo/dvd, desenvolvi serigrafias em madeira e como estampas também (trabalho que ja vinha fazendo desde adolescente em camisetas). Destes blocos de madeira parti para objetos de metal, fundição em chumbo, cera e, posteriormente, em cerâmica.
Acredito que a base da minha produção tem como semente o pensamento da gravura: reprodução, incisão, corte, etc. A reprodução dentro da minha produção é sempre reduzida/ limitada a geralmente 3 cópias – isto porque gosto de produzir, de ter desafios diários e prefiro desenvolver novos trabalhos do que fazer tiragens extensas diluindo a mesma imagem. Outro aspecto que eu penso sobre a reprodução é a continuação da pesquisa, das séries que venho desenvolvendo há anos, algumas eu retomo, outras não, mas depois sim, eu gosto de retomar as séries antigas pois fica evidente a mudança do desenho/traço mesmo dentro das mesmas leis e regras de uma série já determinada.
Como a reprodução limitada era algo que me interessava, e meu desenho vinha da madeira talhada, quase uma escultura, além do desenho na gravura apresentar sempre aspectos tridimensionais, a escultura se apresentou rapidamente na minha produção logo em 2003. Mas o grande start foi mesmo quando me chamaram (a Juliana Monachesi) para “pintar pratos de cerâmica” para ajudar o Museu Lasar Segall a arrecadar fundos durante o leilão que fazem todos os anos. Ao entrar no atelier de cerâmica novamente, fiquei com vontade de desenvolver o tridimensional com moldes de gesso e barbotina (argila líquida), podendo obter a reprodução de esculturas em cerâmica – também com edições limitadas a três, e isto aconteceu em menos de uma semana.
Minha experiência durante a faculdade não foi muito produtiva devido a minha concentração na gravura, e meu gesto da gravura, hoje, está totalmente presente na escultura de cerâmica devido ao mesmo instrumento básico que uso (estilete escolar amarelinho), e também os contrastes de preto e branco, de dentro e fora, de relevo, mas começou a entrar o brilho do esmalte e a pesquisa de outras cores, formas e novas séries de trabalhos.
Vendo e conhecendo as suas esculturas em cerâmica entende-se que a sua produção é da ordem do trabalho mais que peso-pesado. Porque você acha que a cerâmica é vista às vezes tão equivocadamente no mundo da arte como um meio leve, o clichê de sempre, como se fosse só fazer a "xicrinha" e a pinturinha de tia?
A cerâmica é uma técnica ainda pouco explorada dentro da arte contemporânea brasileira, não chega nem a 1% do total de arte produzida por aqui. Acredito que há muito preconceito, e muita falta de entendimento sobre o que é realmente a cerâmica, o que é possível de se fazer com ela como técnica também. Claro que quando se fala de cerâmica, a primeira imagem que vem à cabeça é a do Patrick Swayze e a Demi Moore se lambuzando com a argila, fazendo um vaso no torno, ou então lembramos de algum parente que já fez algum curso de pintura de cerâmica. Mas ela está presente no nosso cotidiano e nem nos damos conta disto: como no vaso sanitário, mictórios, azulejos, pisos, xícaras, bules, entre outras peças que são utilizadas em eletricidade e mecânica todos os dias.
Convivemos com ela, mas não percebemos o quanto. O lado artístico da cerâmica fica realmente ligado a xícaras, vasos, potes, comedouros, cinzeiros, e sempre de uma maneira decorativa, e pouco explorada como objeto de design e menos ainda como arte. Há o medo que cerâmica quebre, mas se pensarmos bem a cerâmica historicamente nos proporciona estudos importantíssimos sobre o homem antigo, sobre histórias por ela contada e enterrada, e depois desenterrada. A cerâmica é importante e merece mais atenção com certeza.
De um lado, vemos que há uma tradição na cerâmica (como na xilogravura, o cordel por exemplo). Mas a tradição do desenvolvimento de xícaras e vasos ainda fica presa tanto na forma, como na própria tradição – que geralmente é passada de pais para filhos, ou de mestres para assistentes. Vejo importância na tradição, mas quando pensamos arte hoje, arte contemporânea, em um mundo rápido com telefone celular, informação instantânea por meio da internet, vejo a tradição como algo a ser quebrado, rompido, fazendo com que o erro, ou a falta de conhecimento total sobre o material nos traga novos horizontes a uma técnica tão antiga. Um bom exemplo disto é o European Work Ceramic Centre na Holanda (EKWC), que convida artistas de todo o mundo para desenvolver uma pesquisa em cerâmica de três meses em forma de residência, e não necessariamente os artistas precisam saber ou ter qualquer conhecimento sobre a técnica. Isto faz com que a ignorância de todos nós seja transformada
em novas pesquisas, novos desafios. Eles aprendem com a falta de experiência dos outros, formando um centro de conhecimento totalmente diferente dos outros.
Quando trabalho com cerâmica, realmente é bem cansativo e “peso-pesado” mesmo, devido à execução de esculturas maiores, que exigem mais atenção, moldes com mais encaixes (tacelos). A argila é pesada pois tem muita água, quando seca, e quando sai do forno fica mais leve, mas todo o processo exige muito do físico e do psicológico, pois a cerâmica apresenta muitas surpresas devido à equação entre temperatura x pigmento x massa. Obrigatoriamente temos que aprender a lidar com a perda e com o “quase consegui o que queria”. Além de lidar com perdas, é caro trabalhar com cerâmica, ainda mais quando as peças adquirem proporções maiores, pois para um resultado final com esmalte a peça precisa de no mínimo duas fornadas. Acredito que um dos motivos por existir tantas xícaras é justamente este: a xícara é pequena e diluindo o custo de 100 ou 200 delas dentro de um forno, comparando com apenas uma escultura grande, sai mais em conta tomar um “chá pintando”.
Ah! Que bom que mencionaste o EKWC, o centro holandês de pesquisa e residência voltado para a cerâmica. Pelo que conheço dos holandeses, imagino que lá você também teve a oportunidade de se inteirar das noções cruciais de química e física em paralelo ao desenvolvimento dos seus processos escultóricos com a argila, não?
Sim, aprendi muito no EKWC. Até então, meu conhecimento de cerâmica era um pouco raso, devido a outros trabalhos que desenvolvia na época e ainda não havia me aprofundado direito na cerâmica. Quando em 2007 me convidaram para fazer parte do “Brazilie Landenproject” no qual outros quatro artistas brasileiros também foram recrutados para esta residência de três meses, preparei vários projetos novos e comecei a me dedicar mais à escultura.
Mesmo com a entrada do tridimensional na minha produção em 2003, acredito que já tinha uma certa facilidade em trabalhar com a argila devido à escola em que estudei na minha infância, Escola Waldorf Rudolf Steiner de São Paulo. Nela desenvolvemos trabalhos com argila do primeiro ano escolar até o último, entre outras aulas de talhar madeira, de cardar lã, fazer macrame, enfim, entender como as coisas funcionam e como elas são e podem ser feitas com a mão. Devido a esta educação do “fazer”, hoje vejo que na minha produção o fazer é sempre presente e por isto as técnicas artesanais e quase primitivas estão sempre presentes.
Então o domínio das questões da física em relação à argila eu já tinha na prática, mas o conhecimento de outras noções mais ligadas à química do material, composições, queimas,pigmentos e possibilidades inovadoras com certeza aprendi na Holanda. São doze studios com um artista em cada, e os artistas são do mundo inteiro. Há uma sala par pigmentos e amostras de esmaltes, outras só com massas de argila em ambiente climatizado, outra para fazer moldes de gesso, outra para aplicação do esmalte, uma oficina de madeira e metal e, claro, um grande salão com cerca de 9 fornos, sendo que um deles é tão grande que cabe um time inteiro de futebol.
Uma mega infraestrutura para podermos aprender: instrumentos, materiais e táticas para a construção de esculturas em cerâmica de grande formato – o que é muito difícil e envolve muito conhecimento e instrumentos, como pallets e empilhadeiras para locomover o “pesopesado” da argila – coisa que aqui no Brasil ainda pecamos pela falta de estrutura. Com tantas possibilidades, chegava a trabalhar até dezoito horas por dia, para aproveitar o máximo de tempo, pois a argila demora para secar e o prazo de três meses tem um fim, é preciso terminar o projeto até o final do período da residência. Nas últimas semanas estava tudo tão corrido que em algumas refeições, sem tempo, apenas ingeria líquidos para sobrar alguns minutos para terminar o projeto.
A convivência com outros artistas é fundamental pois com eles aprendemos tanto a cultura do seu próprio país, quanto a cultura contemporânea dele refletida nos seus trabalhos e pesquisas. Há também as palestras que todos os participantes fazem para apresentar a sua produção de artista/arquiteto e um “open day” onde é apresentado tudo o que foi feito durante os meses neste centro ao final da residência. Outro projeto interessante deles é o de juntar arquitetos e artistas para desenvolverem projetos juntos. Isto nós ainda vemos pouco aqui no Brasil, estas pontes entre arte e arquitetura, arte e moda, mas a situação está mudando gradualmente devido a uma quebra de preconceitos bastante recente.
O seu trabalho selecionado para a Temporada de Projetos 2009 trata da estética e do sentido do universo do boxe. Qual a sua relação com esta luta? Já praticou, tem vontade, ou é só admiração?
Durante minha infância e adolescência eu pratiquei kung fu e jiu-jitsu. Praticando jiu-jitsu participei de campeonatos, e fazia dois treinos por dia durante toda a semana. Nesta época eu era sim um lutador, vivia isto, assistia lutas e acompanhava as artes marciais geralmente em lutas de vale tudo, pois alguns dos meus professores/mestres competiam profissionalmente.
Antes disto, os filmes de luta, de guerra, e de artes marciais do Bruce Lee sempre me encantaram. Mas deixei de praticar assim que entrei na faculdade, quando mergulho em alguma coisa eu vou até o fim. Durante o curso de licenciatura em artes na FAAP, em uma das matérias um professor me sugeriu rever meus desenhos de quando era criança, e lá estava todo o repertório da minha pesquisa atual de arte. Achei incrível. Já existiam os soldados, tanques, paisagens com fortes, exércitos, canhões, grandes embarcações, lutas, uma variação enorme de uniformes, acredito que até um pouco pesado demais para uma criança de sete anos, mas já estava tudo lá, tudo lá.
A proposta que apresento para o Paço das Artes, re.van.che, trata de uma exposição individual de cerâmica com acessórios de lutador: luvas de boxe, protetor de cabeça, de pé e de boca, a perinha para treino de soco, o teto-chão, o banquinho de corner, a raquete de chute/soco, e o saco de areia para treino de soco. Todos reproduzidos em cerâmica, mas parecido esteticamente ao acessório real, pois tirei molde da peça original e reproduzi em cerâmica.
Vejo este trabalho como uma série bem diferente das outras que desenvolvi até então. Na verdade é uma grande instalação com performance também. No meu atelier tem um saco de pancada e sempre que passo por ele disparo alguns socos ou chutes. Por conviver sempre com ele no meio do studio, uma hora acabaria usando isto em um trabalho.
Outro elemento que me direcionou a esta pesquisa foi o protetor de cabeça e o do pé. No bairro em que moro, a Liberdade, existem muitas academias e lojas de acessórios para artes marciais e me encantei com a forma dos protetores: pela cor e textura muito parecidos com os da cerâmica. Outro paralelo interessante é o do lutador artista, que com o trabalho “pesopesado” não deixa de ser um treinamento. Por exemplo, quando chega aqui no quarto andar do studio (sem elevador) um carregamento de 300 kilos de argila, o “artista marcial” entra em palco com certeza, parece até as cenas de tortura dos filmes do van Damme em treinamento tailandês. Este universo me fascina sim, e acredito que a muito tempo. É natural uma vez ou outra que fique mais aparente na nossa produção. Outro aspecto que me interessa claro é a revanche, o título da exposição. Revanche porque a cerâmica sempre quebra, explode ou se comporta de uma maneira particular diferente da que eu gostaria; e pelo menos uma vez, uma vez só, gostaria muito que ela fosse quebrada em um determinado momento. E para isto acontecer, convido um lutador/ lutadora profissional para botar para quebrar. Uma vez minha mãe me disse que quando nasci, em 1978, no Hospital Santa Helena, na Liberdade, ela não conseguia dormir, pois ouvia os gritos em coro: "it - ni - san - chi - go - ho - etc" dos lutadores de karate kyokushin, que praticavam esta luta do outro lado da rua em frente ao hospital. O som ecoava através das janelas dos quartos da maternidade. Até hoje existe esta academia em funcionamento, e quando ouço o som dos lutadores, ao passar ali pela mesma rua, abro um sorriso.
Você é nascido na Liberdade, estudou na escola Waldorf e treinou pra ser artista marcial na infância e adolescência. Retorna então ao bairro da Liberdade na vida adulta e se instala ali em um studio como artista. Desenvolve além da escultura em cerâmica o gosto e a produção de peças têxteis e desenhos técnicos. Como alia estas duas produções recentes tão diferentes com a parte de desenvolver colaborações com outros artistas em suas performances? Explique o sentido de presença da maleta amarela durante a sua performance que é geralmente realizada por outra pessoa. Como surge o convite de participação do outro artista?
Atualmente venho desenvolvendo pesquisas também com roupa. Isto porque, como já disse anteriormente, desde adolescente já trabalhava com estampas em camisetas, técnica que também aprendemos na escola Waldorf. Num certo momento, me envolvi na produção de uma marca de roupa, a Miya, e tive a oportunidade de aprender muito sobre tecido, corte,
modelagem e desenhos técnicos. O desenho técnico sempre foi importante para a minha produção de arte também. A cada projeto novo, crio desenhos que ilustram como seria o que pretendo, sempre de maneira bem simples e com textos também, como as cartilhas de segurança em avião.
Acho importante a apresentação de um projeto, e criá-lo antes de executá-lo na prática, isto ajuda muito no caso das esculturas: pois faço as visões superior, lateral, frontal. Uso estes desenhos geralmente em folders e em convites de exposições, ou nos projetos mesmo, mas mostro pouco este lado designer-técnico.
Já a produção de roupas, que no momento são calças e casacos, faz parte da minha pesquisa de performance. O corpo entrou na minha produção depois que executei algumas intervenções/ações urbanas e também quando fiz o Jambolhão (escultura gigante de fiberglass). Esta escultura é uma releitura do ônibus double-deck londrino e tem lugares para sentar e ficar de pé em cima da escultura agigantada. Outros projetos como travesseiros de chão, uma balança, começaram a entrar na produção de arte – trabalhos interativos.
Como meu envolvimento com a moda estava crescendo, resolvi então elaborar uniformes para as performances, demonstrando um respeito especial pelas ações. Geralmente, uma vez quando se faz performance ou se fica pelado, ou com roupa "neutra" de capoeira. Quando penso roupa, penso gravura, tem um desenho, um molde/matriz de papel e a reprodução também. Gosto dos processos para se conseguir um resultado. Há muitas relações e consegui traduzir o meu desenho da gravura para a roupa em cortes de tecido, costuras, bolsos e cores.
Em uma das performances, no caso a "do pó ao pó" (work in progress), desenvolvi acessórios para a coleta do pó dos studios de artistas assim como espaços expositivos. Uma mochila de fiberglass, uma maleta, um conjunto de uniforme e as ações, tudo faz parte do projeto que posteriormente é apresentado em forma de vídeo/documentário e por meio dos porta-pós de papel – separados por data, tipo de coleta e artista/espaço/exposição. Gosto muito de convidar artistas que trabalham com performance para usar a roupa, sentir o trabalho e executar a coleta. É uma oportunidade de usar um corpo extra para executar uma obra.
Acredito que a experiência para o performer também é interessante, uma vez que não há uma regra clara de como coletar, mas o uniforme, a mochila e/ou a maleta foram desenvolvidos de maneira tal que molda o corpo do performer, fazendo com que ele ande e se comporte de uma maneira parecida.
Atualmente estou inaugurando uma marca de camisetas ramOrama, em que também convido artistas para desenvolver estampas e me preocupo com a valorização da imagem estampada e seu autor. Isto fica evidente nas metas que temos enquanto marca de roupa. Outra questão
que trabalhamos também é o da estampa impressa pela mão do artista, em edições limitadas, e tudo feito dentro do studio ramOrama em forma de residência – isto adiciona um dado a mais em uma estampa.
Laerte, estou bastante satisfeito, muito obrigado. Vamos continuara entrevista depois que a exposição abrir e/ou encerrar. Um abraço, Marcio.