A partir de textos, fotografias e objetos Pier Stockholm constrói uma ficção em que aparecem elementos de sua biografia: um peruano que enfrentou os trâmites administrativos para ingressar no mestrado da ECA-USP.

Usando alegorias e objetos simbólicos o artista narra ironicamente o surgimento da companhia Burocracia, montada pelos jovens empresários Bureu & Cracia - segundo a etimologia escritório do poder - e o misterioso assassinato de Cracia. A exposição traz a estratégia publicitária adotada pelo escritório e uma promoter distribuindo brindes da empresa. Em caixas de acrílico, apresenta raros documentos que registram a veracidade da história. O projeto gráfico com linhas e sinais de letraset, máquina de escrever e fotografias amareladas - compradas em feiras de antiguidade e do arquivo pessoal do artista - remete ao passado. Mas a narrativa não se passa num tempo definido e cria analogias com o presente. Na entrada do prédio um tapete saúda o visitante com a frase: Burocracia sempre com você, lembrando que o tempo lento da burocracia parece persistir eternamente. Utilizando palavras de diversas línguas e captando particularidades que apenas o olhar de um estrangeiro é capaz de apreender, Pier Stockholm acaba se tornando um personagem de sua bem humorada ficção.

Burocracia: la verdadera história

Pier Stockholm

  • Instalação Burocracia la verdadera historia (2003) 
  • Instalação Burocracia la verdadera historia (2003) 
  • Instalação Burocracia la verdadera historia (2003) 
  • Instalação Burocracia la verdadera historia (2003) 
  • Instalação Burocracia la verdadera historia (2003) 
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Cauê Alves

Cauê Alves (São Paulo, Brasil, 1977) é professor do curso Arte: história, crítica e curadoria, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É curador do Clube de Gravura do Museu de Arte Moderna de São Paulo e realizou, entre outras curadorias, MAM[na]OCA: arte brasileira do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo (2006), a mostra Quase líquido, Itaú Cultural (2008) e Da Estrutura ao Tempo: Hélio Oiticica, no Instituto de Arte Contemporânea (2009). Atualmente está preparando uma exposição monográfica sobre Mira Schendel (2010) e será curador do Panorama da Arte Brasileira do MAM (2011) e curador adjunto da 8ª Bienal do Mercosul (2011).

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