Denis Moreira
Denis Moreira é artista visual, pesquisador e educador, formado em artes visuais pela Faculdade Metropolitanas Unidas em 2011. É pesquisador autodidata da cultura africana e afro-brasileira desde 2007 e professor da rede municipal de ensino em São Paulo desde 2014. O artista realiza exposições em torno de temas ligados à história dos povos africanos e diásporas por meio de máscaras, utilizando a pintura e a fotografia para propor uma narrativa que coloca o espectador em um espaço de reflexão acerca de assuntos que entrelaçam culturas tradicionais e contemporâneas. Destacam-se suas participações em exposições e espaços como Abre alas (A Gentil Carioca, Rio de Janeiro), Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto (Santo André, SP), Salão de Artes Visuais de Vinhedo (SP), Bienal de Artes Visuais Oswaldo Goeldi (Taubaté, SP), ArPa feira de arte (São Paulo), espaço Fonte (São Paulo), Salão de Arte de Ribeirão Preto (SP), HOA leilão on-line connexion Brasil-USA e Casa Contemporânea/Casa Tato (São Paulo).
O Paço das Artes, em acordo com a sensibilidade contemporânea e atento a agendas sociais incontornáveis, tem criado ensejo para que a circulação de produções artísticas, antes negligenciadas, agora sejam consideradas. A partir da plataforma oferecida pela instituição, o que contribui para realçar a qualidade que estas realizações lograram alcançar, especulações como estas que ora apresentamos também têm sido viabilizadas. Nesse sentido, a série Efeito, reação e ação, do artista Denis Moreira, insere-se no rol destas muito necessárias iniciativas que criam oportunidades para artistas, pesquisadores e curadores não brancos, tornando mais plural e democrático nosso cenário artístico.
Uma das estratégias mais interessantes engendradas pelo artista e professor Denis Moreira está no uso sensível da tecnologia empregada para a realização de suas obras, para a construção de suas imagens. O artista se vale de artifícios digitais, recorre, portanto, à mais atual técnica de manipulação de imagem para inventar, construir e alcançar uma história que em muito o precedeu e que também se expande em ficções que transcendem o tempo. Assim, num mesmo objeto, história, arte e tecnologia estão mescladas num projeto poético, estético, ético e político ainda em plena expansão.
Existem mesmo, nas oitenta imagens produzidas para a série Efeito, reação e ação, certa opacidade, que é resultado da técnica empregada pelo artista, qual seja, a impressão fotográfica sobre madeira. E a paleta de cores que ele manipula – que são, frequentemente, sépias, ocres, cinzas, tonalidades evanescentes em tom pastel – empresta a suas imagens uma qualidade que, de maneira difusa, remete aos materiais gráficos submetidos à ação do tempo. Certa “pátina” vela a imagem e induz também a certa “melancolia” ou ao banzo, que é, como sabemos, aquela saudade insuportável da terra de origem que levou à morte muitos escravizados.
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