Beralda Altenfelder
O animal, ponto de partida para as séries
esqueleto/ossatura e
rinoceronte, apresenta-se na natureza em situações distintas, contrárias e complementares. Dualidades como interior e exterior, repouso e movimento, linha e massa, vazio e cheio, leve e pesado levam-me a considerações sobre a linha e a cor enquanto elementos construtivos da imagem.
Na série esqueleto/ossatura meu interesse central é a transformação do caráter linear desta estrutura em linguagem de pintura. A linha cria uma forma mais ou menos definida, transitória. Da relação entre cor e linha surge um espaço imaginário de planos que se intercruzam.
A gravura da série rinoceronte é meio de reflexão para a pintura e para o desenho. Através da ponta seca e da água-forte resulta outra qualidade linear, perceptível nos vários estados de chapa.
Ora é a linha e suas variações sobre uma mesma chapa, o elemento diferenciador; ora é a imagem diferenciada pela cor, enquanto a estruturação linear é mantida.
Deixar visível as etapas de desenvolvimento significa mantê-Ias transparentes, camadas de finas veladuras que constroem a imagem. Cada desenho é ao mesmo tempo uma unidade e componente de um todo, uma sequencia de pensamentos, um processo.