Eva Castiel

São Paulo/SP, 1947

  • Sweet dreams (1998)
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Eva Castiel

Artista multimídia, Eva Castiel transita entre a instalação, o vídeo e a arte pública. A instalação Sweet dreams, apresentada na Temporada de Projetos, celebra o culto ao produto. Um projetor de imagens mutua o desejo em uma mensagem publicitária de dimensões desproporcionais e, na frente das imagens, há um prato de balas colocado como se estivesse num altar. A artista iniciou suas atividades nos anos 1980. É membro fundadora do Grupo Casa Blindada. Em 2006, participou da exposição Between the sheet, na Juno Gallery, em Londres, e, em 2009, de Corpoinstalação, no Sesc Pompeia, em São Paulo. Possui obras em diversos acervos em Washington, Israel e Brasil. 

Pascal Bohlen

Na instalação "Sweet Dreams" penetram-se como na realidade psicológica, o espaço imaginário e o real. No palco é celebrado um sacrifício que se transforma numa fantasia dominante. O que se celebra é o culto do produto.

Freud chama anima de aparelho de produção de imagem. Mas sobre a realidade ou irreal idade dessa imagem não há critério de discernimento. O sonhador não só produz como também é a vítima de suas fantasias. Doce como bala, o sonhador está grudado em seus sonhos.

Na instalação, o projetor de imagens mutua o desejo em uma mensagem publicitária de dimensões desproporcionais. É como se estas mensagens constituíssem o mito do dia a dia. Não tem realidade fora deste espaço.

O prato de balas está colocado como se estivesse num altar. Na dramatização conta o valor da encenação. A apropriação do sujeito acontece através da sedução: não é o desejo que procura um objeto, mas muito mais o produto e sua encenação que possibilitam que seja o desejo desejável.

No romantismo, o sonho virou realidade e a realidade virou sonho. Hoje é no sonho mais sublime, que o produto está mais próximo. Não há sonho sem produto. A vítima do culto, é a inocência do desejo. Como nesse ritual, não são sacrificados ideais, mas sim balas, é justamente onde está o humor desse trabalho de Eva Castiel. Mas quem se interessa pela inocência quando se tem gostosas balas?
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