José Patrício

Recife/Pernambuco, 1960

  • Detalhe de Ars combinatoria (2002)
    2520 jogos de dominó de plástico
  • Detalhe de Ars combinatoria (2002)
    2520 jogos de dominó de plástico
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José Patrício

José Patrício utiliza peças de dominós em suas obras desde 1999. Ars combinatoria já foi apresentada em diversas exposições, como no Mamam e na Bienal de la Habana. A obra possui variações cromáticas e características e formas diferentes, de acordo com o espaço e conceito em que é inserida. O artista esteve em cartaz com individual na Caixa Cultural Rio de Janeiro, em 2010, e participou do Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 2005. Sua produção integra as coleções da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Washington Convention Center Art Collection, entre outros.

Marcelo Monzani

Montada por diversas vezes em museus e galerias, a série de trabalhos com peças de dominó, sempre apresenta novas características, formas e variações cromáticas, resultantes da manipulação e das alterações conceituais propostas em cada exposição. A disposição das peças obedecem a critérios pré-definidos e às variadas dicotomias como: organização e acaso, imprevisto e controle, construção e liberdade expressiva, objetividade e subjetividade, distribuição aleatória e matemática que são naturalmente abolidas e propositadamente reveladas ao expectador ao sabor das inúmeras interpretações e formas que possa adquirir. Se em algumas montagens, o acaso é determinante na construção e no resultado final da obra no espaço, em outras o artista pode requerer maior controle construtivo sobre as peças, agrupando-as por suas características intrínsecas: se coloridas, pela união entre as cores, se preto-branco, pelos números.

O jogo tem a sua lógica, mas inesperadamente o acaso se faz presente. As deduções e o controle sobre a forma se esvai e na junção e justaposição dos contrários - lógica e acaso - o pensamento vaga entre as possibilidades e limitações da racionalidade, da construção e da liberdade expressiva, determinando o próximo movimento. A mão faz e refaz e cada unidade se multiplica no espaço em variadas formas, criando uma nova unidade que também é múltipla. Jogo dos contrários, para criar o que não existe, um novo plano.

Fazendo um contraponto com outra série, 112 dominós de 1999-2000, na qual os objetos encontram-se fixados em um suporte de madeira, tornando-a uma obra imutável, aqui as 78.000 peças não estão presas, o que cria uma tensão entre o mutável e imutável, rigidez e fragilidade, ordem e caos, a obra e público. Esta não se quebra, mas, a qualquer toque se desfaz. Estranhamento e beleza. O mosaico de plástico colorido, feitura árdua e delicada, que se estende no chão ocupando o espaço e que nos faz ver e pensar a unidade e o múltiplo, o monocromatismo ou as variações cromáticas, que invadem nossa percepção em cinetismos de cores, luz e movimentos.   
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