Diego de Santos

Caucaia, CE, 1984

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Diego de Santos

Diego de Santos é formado em artes plásticas pelo IFCE (2010). Frequentou o programa Imersões poéticas – Escola sem sítio – Paço Imperial (2017). Contemplado com os prêmios Funarte de Arte Contemporânea (2015-2016) e Prêmio de Criação em Artes Visuais de Teresina – Residência Artística (2016); indicado ao Prêmio PIPA e vencedor na categoria Voto popular on-line (2014) e Laboratório de Artes Visuais Porto Iracema das Artes (2014). Destacam-se as individuais Viagem ao vão, C. Galeria, Rio de Janeiro, RJ (2019); Fato atípico e outros delitos existenciais, Sem Título Arte, Fortaleza, CE (2019); Poema 193, Galeria Fayga Ostrower (Funarte Brasília), Brasília, DF (2017); Lar é onde ele está, Museu de Arte Contemporânea do Ceará, Fortaleza, CE (2014); Um mundo aqui dentro, Galeria Amparo 60, Recife, PE (2011); e Arranha-verso, Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza, CE (2009). Participou de várias exposições coletivas em espaços institucionais e galerias pelo Brasil. Tem obras presentes em coleções brasileiras e do exterior.

Lost na região, de Diego de Santos, apresenta fotografias, instalação e uma série que combina colagem e desenho produzidos a partir da apropriação de faixas de propaganda imobiliária para venda de lotes encontradas na região metropolitana de Fortaleza. A partir de obras em diferentes linguagens, discute problemas históricos no Brasil, como o acesso à terra, o direito à moradia e a exploração da natureza.

Em Lost na região, as faixas de ráfia são o ponto de partida da mostra. Encontradas em abundância na paisagem praieira cearense para anunciar, sobretudo, projetos imobiliários, são feitas de material de baixo custo e dotadas de uma visualidade forte e chamativa pela utilização de tintas serigráficas. Através de longas negociações com a estrutura desses veículos publicitários, o artista tensiona seu significado na paisagem, articulando seus vínculos com a exploração econômica, ambiental e turística do litoral cearense, e trazendo para o discurso da arte questões sobre a capitalização da terra e da ideia de paraíso em regiões tropicais.

A exploração imobiliária no litoral cearense foi inicialmente impulsionada, em meados do século 20, pela prática da vilegiatura marítima pela elite local. A proliferação de casas de veraneio é seguida, então, pela instalação de resorts e luxuosas barracas de praia, que tomam conta do local antes ocupado por populações tradicionais locais. Por outro lado, o regime de ventos no Ceará também vem colaborando com o processo de urbanização da zona costeira, atraindo tanto a prática de esportes náuticos, quanto a exploração de energia eólica para o desenvolvimento econômico. Nesse cenário, as faixas de ráfia com lotes de terra à venda, apesar de ilegais, estão por toda parte. Diego de Santos explica que “o vento forte rapidamente as arrebenta, transformando-as em tufos de fitas coloridas”, que o artista recolhe para o projeto Lost na região, um trocadilho com os anúncios de Lotes na região. Apalavra lost alude à presença cada vez maior de estrangeiros no local e, consequentemente, da língua inglesa na paisagem cearense que, segundo o artista, vive um processo de internacionalização.

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