Ivan David

Guaranésia/Brasil, 1961.

  • Bonsai eletrônico (2000)
    projeção interativa 
  • Bonsai eletrônico (2000)
    projeção interativa 
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Ivan David

Ivan David trabalha com internet e vídeo desde 1986. A instalação biotecnológica Bonsai eletrônico, apresentada na Temporada de Projetos, investiga a interação entre a vida artificial do computador e os corpos biológicos de uma planta e do homem. Estudou mídias digitais na The Royal College of Fine Arts, em Estocolmo, na Suécia, em 1998. Em 2001, criou a Casa da Memória de Guaranésia, em Minas Gerais, uma instituição pública mantida pela prefeitura municipal.

Marcelo Monzani

A instalação biotecnológica Bonsai eletrônico - Mimosa Pudica, que o artista multimídia Ivan David apresenta no Paço das Artes, investiga a interação entre a vida artificial/inorgânica do computador e os corpos biológicos/orgânicos de uma planta e do homem.

Da máquina de Turing aos computadores de quinta geração ocorreram grandes transformações, em que os referenciais de tempo e de espaço atuam sobre todos os campos do saber e modificam de maneira irreversível, direta ou indiretamente, o cotidiano de todos. A arte, respondendo aos imperativos decorrentes do momento, atualiza, pesquisa e repensa as atividades humanas e artísticas lançando desafios, apresentando outras alternativas de expressão e alterando significativamente as relações entre produção, crítica e consumo.

Os homens não são mais regidos por normas lineares, o mundo contemporâneo/tecnolóqico é de fragmentação, de grandes mutações, de descontinuidade, pressupondo uma sensibilidade alavancada pelas possibilidades de interagir com as máquinas. As simbioses entre um corpo inorgânico, que ganha cada vez mais feições humanas, e um corpo orgânico, que é transformado e se deixa imergir em descobertas da tecnociência, ampliam a capacidade de apreensão de uma realidade em que o virtual se sobrepõe ao real e cria outras representações. A arte, mantendo a característica emancipadora, reflexiva e crítica, atua - positiva ou negativamente, apocalíptica ou ingenuamente - sobre questões científicas, antropológicas, filosóficas, éticas e morais, integrando o novo devir.

Inserido nesse contexto, o trabalho de Ivan David propõe dois níveis de participação: o do espectador, que toca suavemente a planta, observa a sua retração e a interação com o teclado do computador e, em seguida, manipula suas teclas compondo, por meio das imagens que são projeta das no telão, uma trajetória iconográfica que é sua, única; e outro, entre a planta e o teclado, simbolizando a total integração imaginada entre os dois corpos. 
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