João Loureiro

São Paulo/SP, 1972

  • Diamantes (1997)
    couro, curvim e espuma flocada
  • Diamantes (1997)
    couro, curvim e espuma flocada
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João Loureiro

Formado em artes plásticas pela Faap em 1995, João Loureiro foi aluno de Nelson Leirner, de quem herdou o sarcasmo e a ironia presentes em suas obras. O artista se apropria de estruturas de objetos retirados de seu universo pessoal, cheio de memória e objetos da infância, como os pufes da obra apresentada na Temporada de Projetos. Em 2005, participou do Panorama da arte brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, e, em 2009, no Projeto octógono, da Pinacoteca do Estado de São Paulo, instalou Bluejeans, uma baleia feita em escala natural com isopor e resina e revestida com jeans. 

Leda Catunda

São referências constantes nas esculturas de João Loureiro questões surgidas de seu universo pessoal, povoado de memórias e objetos da infância. O artista se apropria da estrutura de alguns desses objetos como o "Puf" desmembrando-o em gomos com os quais constrói novas formas que se estendem pelo chão. Algumas das esculturas referem-se a questões do universo católico, abordado através do mobiliário da igreja. O banco, o genuflexório, o confessionário recebem releituras críticas, tem suas formas e funções subvertidas pelo desenho do artista. O assento do banco fica inacessível à medida em que Loureiro o torna circular, sendo então só possível ajoelhar no longo genuflexório que nos é oferecido. Os pecados são aprisionados num confessionário sem saída, objeto de madeira com aparência quente e escala familiar. 

Sugestivas, essas obras possibilitam inúmeras leituras ao mesmo tempo que se conectam com a história da arte, com escultores como Donald Judd e Haim Steimbach cujo trabalho também circunda questões relativas à função dos objetos. João Loureiro, paulista, se forma na Faap em 1995, tendo sido aluno de Nelson Leirner, parece ter herdado deste o sarcasmo e a ironia no seu modo de pensar a arte. Os objetos aparentemente herméticos, quando observados e percebidos, podem tornar-se convidativos às nossas memórias e lembranças comuns.
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