Teresa Viana

Rio de Janeiro/RJ, 1960

  • Detalhe de obra Sem Título (1998)
    encáustica sobre tela
Small_arrow_left Small_arrow_right

Teresa Viana

Desde os anos 1990, Teresa Viana reflete sobre questões diretamente ligadas à tradição da pintura e suas possibilidades entre matéria e cor. Sua obra não é restrita à pintura propriamente dita, abrangendo também desenhos, colagens, site specifics e imagens digitais. Como artista convidada, em 2005, fez uma pintura em espaço real para ser vista com os olhos e com o corpo. Em 2009, esteve em cartaz com a individual Painting in progress, na Galeria Virgílio, em São Paulo, e, em 2008, participou de Coletiva de acervo, na Amarelonegro Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro. 

Maria Izabel Branco Ribeiro

A pintura para Teresa Viana é o estabelecimento das relações entre matéria e cor, uma indissociavelmente ligada à outra. O uso da encáustica lhe garante a cor vibrante e opaca, densa e maleável. Propõe também a superfície espessa e de textura generosa. Sem buscar similaridade com as cores do mundo, busca não a luminosidade cromática e etérea, mas a cor concretizada em massa pastosa, que se metamorfoseia em outra, ambas saturadas, sem a contaminação das tonalidades médias. Superfícies irregulares, suas pinturas conservam a marca de sua gênese, que não chegam a configurar cicatrizes, por serem simultâneas à sua origem e não opostas à pele já criada. Ponto médio entre cor materializada e matéria cromática, suas últimas obras propõem um novo elemento. Estão mais próximas à potência da lava vulcânica brotando da terra do que à melancolia das neblinas retratadas por Turner. Sua materialidade alude ao elemento vidro - areia fundida ao estado de líquido de grande densidade - colorido que conforma o vitral e não à luz intangível por ele filtrada. Sua compreensão da pintura põe diante dos olhos a palheta usada por Monet. Palheta no sentido estrito do termo, significando a madeira em que dispunha as massas de cores puras, onde o tempo, ou melhor, as suas pinturas (as das telas) iam criando uma outra superfície cromática, matriz geradora das impressões retinianas de Giverny. Palheta como a ferramenta que possibilita a pintura, mas em si traz todos os caracteres da mesma, mas também como cor, a matéria que permite que essa pintura aconteça.

(fragmento de texto)
  • Realização: