Juliana Monachesi

A Casa
Juliana Monachesi
Alan Fontes é um artista que pesquisa a linguagem pictórica na era da imagem técnica. Em um contexto pós-industrial, a pintura se caracteriza como pós-produção: vale-se do repertório cultural para resignificar, recombinar e reprogramar elementos da história da arte e do cotidiano. Trata-se de uma reciclagem estética que dá sentido e aumenta a sobrevivência dos objetos culturais que habitam em excesso –e, portanto, em contínuo processo de esquecimento– o imaginário contemporâne...

Alan Fontes

André de Faria
Juliana Monachesi
A repetição ritualística é um sintoma cultural que visa ora a lembrança ora o apagamento, ora ambos. No contexto da arte, o elemento industrial é imediatamente evocado quando se fala em série ou na possibilidade de multiplicação de um objeto único, seja no minimalismo, seja na serigrafia warholiana. Mas também aí se trata de articular a necessidade e a banalização do múltiplo. Neste campo árido de questões, André de Faria propõe a reprodutibilidade da imagem de uma suposta ín...

André de Faria

Arquiteturas Subjetivas
Juliana Monachesi
Quatro artistas decididos a demolir paredes: do ateliê, da casa, do inconsciente, do fotograma. Os trabalhos de Amilcar Packer, Domitilia Coelho, Odires Mlászho e Paulo D'Alessandro apresentados nesta exposição - feita pelo Paço das Artes em parceria com a Galeria Vermelho - provocam uma incômoda consciência sobre a condição urbana hoje, a experiência de viver e produzir arte em uma megacidade como São Paulo, a relação entre corpo e espaço, além do questionamento sobre os limites ...

Domitilia Coelho

Arquiteturas Subjetivas
Juliana Monachesi
Quatro artistas decididos a demolir paredes: do ateliê, da casa, do inconsciente, do fotograma. Os trabalhos de Amilcar Packer, Domitilia Coelho, Odires Mlászho e Paulo D'Alessandro apresentados nesta exposição - feita pelo Paço das Artes em parceria com a Galeria Vermelho - provocam uma incômoda consciência sobre a condição urbana hoje, a experiência de viver e produzir arte em uma megacidade como São Paulo, a relação entre corpo e espaço, além do questionamento sobre os limites ...

Odires Mlászho

Arquiteturas Subjetivas
Juliana Monachesi
Quatro artistas decididos a demolir paredes: do ateliê, da casa, do inconsciente, do fotograma. Os trabalhos de Amilcar Packer, Domitilia Coelho, Odires Mlászho e Paulo D'Alessandro apresentados nesta exposição - feita pelo Paço das Artes em parceria com a Galeria Vermelho - provocam uma incômoda consciência sobre a condição urbana hoje, a experiência de viver e produzir arte em uma megacidade como São Paulo, a relação entre corpo e espaço, além do questionamento sobre os limites ...

Paulo D'Alessandro

Arquiteturas Subjetivas
Juliana Monachesi
Quatro artistas decididos a demolir paredes: do ateliê, da casa, do inconsciente, do fotograma. Os trabalhos de Amilcar Packer, Domitilia Coelho, Odires Mlászho e Paulo D'Alessandro apresentados nesta exposição - feita pelo Paço das Artes em parceria com a Galeria Vermelho - provocam uma incômoda consciência sobre a condição urbana hoje, a experiência de viver e produzir arte em uma megacidade como São Paulo, a relação entre corpo e espaço, além do questionamento sobre os limites ...

Amilcar Packer

Beth Moysés
Juliana Monachesi
É como o dia do casamento para a noiva. Memória do afeto é uma obra de apenas algumas horas de duração mas tem o impacto do meteoro que nocauteia  o Papa na famosa instalação de Maurizio Cattelan. Isso acontece em vários trabalhos efêmeros de Beth Moysés. A comparação com o artista italiano é propositada: em Ausência de alma (1998), que permaneceu dois únicos dias na Catedral da Sé, um vestido de noiva, moldado em resina, encenava um corpo caído e contorcido de dor. O assom...

Beth Moysés

Bruno Vieira
Juliana Monachesi
Quem for à exposição de Bruno Vieira, no Paço das Artes, não vai encontrar trabalho algum dele. Os encontros com a produção do artista não se dão com hora marcada: costumam ser fortuitos, casuais, e, às vezes, passar despercebidos. Você não visita uma obra de Vieira, é a obra que visita você. Você não assimila uma obra dele, é contaminado por ela sem nem perceber. Todas as peças expostas no Paço foram concebidas para outros meios e têm uma ligação orgânica com estes meios....

Bruno Vieira

Céu tombado
Juliana Monachesi
Dar forma às coisas. Ideia estranha a sujeitos automatizados que pouco mais fazem com as mãos além de digitar. O que primeiro salta aos olhos na instalação Céu Tombado, de Claudio Cretti, é a forma da mão. Cada peça guarda a memória da moldagem e da tendência a se aninhar na superfície da palma e entre os dedos das mãos. Cada uma dá a ver as mutações sofridas até chegar àquela conformação desequilibrada que assumiram quando foram dispostas entre as fatias de costões de márm...

Claudio Cretti

Diego Belda
Juliana Monachesi
Poucas semanas separam a abertura da presente exposição de Diego Belda do encerramento de sua mostra individual anterior, na galeria Virgilio, em São Paulo, intitulada Malagueta, Perus e Bacanaço. Para aqueles que viram ambas, podem parecer ter sido feitas por artistas diferentes. Na galeria, o espaço quase claustrofóbico pela quantidade e disposição dos trabalhos – de natureza conceitual e formas volumétricas –; no Paço das Artes, o espaço amplo, deixado a respirar, ocupado por d...

Diego Belda

Gonper Museum - work in progress
Juliana Monachesi
É difícil elaborar a primeira frase de um texto a respeito da obra de Fabiano Gonper depois de a crítica E. Zofren ter criado a sua: “Escrever no domingo à noite não é fácil, só quando se tem uma arma apontada para sua cabeça” – discorrendo, em seguida, sobre a série Pinturas variáveis, de Gonper. Em uma quinta-feira chuvosa, com um museu imaginário na cabeça, de repente a escrita dispara.A segunda frase, em torno da qual há menores expectativas, parece mais exeqüível: a ob...

Fabiano Gonper

Gustavo Rezende
Juliana Monachesi
Existem as obras de arte que são determinadas pelo espaço que ocupam e existem aquelas que inventam seu próprio espaço. Os trabalhos de Gustavo Rezende pertencem à segunda categoria. Isso porque aliam a sensibilidade contemporânea à herança moderna, embasamento teórico ao prazer da fatura, e uma constante inquietação a uma inconfundível identidade. Neste sentido, "Plumb e a Vastidão do Império", assim como "Taj Mahal e a Possibilidade do Amor na Era do Cubo Epistemológico", é uma...

Gustavo Rezende

Invasão
Juliana Monachesi
Uma alteração da perspectiva do olhar é imperativa na obra Invasão, de Iara Freiberg. Dentro da instalação, estamos diante de um percurso arquitetônico miniaturizado que foi embutido nos painéis expositivos pela artista. “Diante” não é a locução correta; “acima” talvez seja mais apropriada, apesar de não designar com exatidão o ponto de vista do visitante. Trata-se de uma visada aérea, semelhante àquela que se tem da paisagem urbana observada de um ponto elevado da cidade...

Iara Freiberg

Manhã
Juliana Monachesi
Amanheceu no trabalho de Edith Derdyk. Não é de estranhar que uma trajetória feita de saltos -basta pensar na transição da linha do plano para o espaço- desemboque, na presente exposição, em uma guinada do emaranhado e adensado negro à luminosidade e leveza do branco. Se o preto sobre branco era uma aposta na potência da obra de arte, na potência da inscrição da arte no mundo, o branco sobre branco funciona como uma espécie de impasse diante do campo da representação. Podia-se di...

Edith Derdyk

Mar pequeno
Juliana Monachesi
O Mar Pequeno, de Fabiano Marques nos coloca diante de um naufrágio, a obra de arte à deriva. Um sentimento de insulação se apodera do espectador, como já inspiravam trabalhos anteriores do artista, que põe em questão certo nomadismo visual, insinuando-se um espírito errante. A cena é bela quando vista pelo filtro das lentes no conforto do museu: cinco peças enredadas em um jogo de Sísifo em pleno mar. A força insular, aqui, vem da importância dos vazios (a amplitude da paisagem, os...

Fabiano Marques

Meca
Juliana Monachesi
Percorrer uma sala de museu envolve todo um ritual. Quando a exposição está cheia, as pessoas se enfileiram intuitivamente próximas às paredes para deter-se por não mais que um minuto, em respeito aos demais, diante de cada obra pendurada. Já as peças tridimensionais são foco de uma circulação também muito organizada e silenciosa, com eventuais movimentos dos visitantes de aproximação e afastamento da obra, formando um campo de força cujo núcleo de atração “magnética” é a...

Patricia Osses

Miolo de Quadra
Juliana Monachesi
Com Miolo de Quadra (2004), Tatiana Ferraz instaurou uma visão privilegiada da paisagem urbana em um quintal sombrio no coração da Vila Madalena: um belvedere que virava do avesso o espaço expositivo do Ateliê 397 e punha o espectador no ponto de observação de alguém que caminhasse pelos telhados das casas do bairro. Pedestres retificados são um foco de atenção e imaginação permanentes da artista. O vigia de lojas de comércio popular, sentado em seu "belvedere" para fiscalizar a ci...

Tatiana Ferraz

Ninguém
Juliana Monachesi
As estéticas do esquecimento e da perda podem ser mapeadas em movimentos entre Walter Benjamin e Andreas Huyssen, ou entre Christian Boltanski e Rachel Whiteread, entre Emil Forman e Rosângela Rennó, ou ainda entre Elisabeth Bishop e valter hugo mãe. Com tantas genealogias visuais, literárias e filosóficas disponíveis a um link de distância, penso que, ao apresentar a obra de um artista nos tempos atuais, muito mais pertinente do que repisar possibilidades genealógicas é tratar da ling...

Ivan Grilo

O Marco Amador
Juliana Monachesi
O artista está suspenso a uns 20 centímetros do chão por quatro ganchos presos nas costas. Uma anã vestida de boneca o embala enquanto a câmera executa um lento travelling, ininterruptamente, ao redor da cena. Performance privada de Paulo Meira que aconteceu no Observatório Cultural Torre Malakoff, Recife, em 2004, a obra em vídeo alia três características essenciais do trabalho do artista: o pensamento pictórico, sobretudo em sua relação temporal, a prática que ele persegue estetic...

Paulo Meira

Olhar de Laura
Juliana Monachesi
Em uma sucessão de reflexos frenéticos, a obra de Cacá Bratke põe em jogo a constituição primeira do olhar e da identidade. Ninguém se lembra, mas até os seis meses de idade somos incapazes de apreender imagens. A psicanálise nos ensina que a imagem que o bebê tem de seu próprio corpo, por exemplo, é toda fragmentada: os pequenos dedos que ele movimenta diante de seus olhos não lhe pertencem, mas o seio que o alimenta não pode ser senão uma parte dele. A etapa do espelho, como a c...

Cacá Bratke

Pattern nº 8
Juliana Monachesi
A artista confere significado ao uso das coordenadas horizontal e vertical (coletivo e individual; público e privado). Ela formata esse esquema em qualquer superfície, o que sugere tratar-se de uma estrutura expansiva ao infinito. Sua trama de relações, entretanto, não tem por objetivo uma harmonia dinâmica: ao esmaecer contornos, ao parodiar a rigidez, ao devolver a textura ao plano, a obra visa claramente a desarmonia.Desarmonia do legado moderno, bem entendido. Na instalação de Sheila...

Sheila Mann Hara

Pool
Juliana Monachesi
Dentro e fora disputam luz e opacidade no filme "pool", de Jessika Miekeley. No fundo da água corpos brilham, enquanto no entorno da piscina figuram espectros humanos esmaecidos. Uma das questões aqui, fica claro, é a memória. A artista revisita fotografias (negativos revertidos em slides que, projetados em uma parede, ela re-registra em vídeo) de um domingo ensolarado, mas inverte a lógica dos suportes fotográfico e fílmico: condensa a narratividade da foto, faz o filme esconder mais do...

Jessika Miekeley

Relâche
Juliana Monachesi
Em 1924, o dadaísta Francis Picabia apresentou no Théâtre des Champs-Élysées, em Paris, um espetáculo de balé intitulado “Relâche”, que significa “descanso”. A palavra é utilizada em teatros franceses para informar que não há performance em determinada noite, quando o teatro está “fechado para descanso”. “Relâche”, obra que ficou em cartaz durante apenas 12 noites, tornou-se famosa porque foi no intervalo entre os dois atos da peça que se apresentou pela primeira ve...

Renata Barros

Teresa Viana
Juliana Monachesi
São quatro os mitos fundadores do discurso modernista, segundo Yve-Alain Bois e Rosalind Krauss. O postulado de que as artes visuais, especialmente a pintura, dirigem-se unicamente ao sentido da visão é o primeiro deles. A “tatilidade” a que toda a história da arte se refere não passa da representação visual desta qualidade, fazendo com que tudo o que é tátil possa ser apreendido em um instante pelo olhar, o que constitui o segundo postulado. Além disso, o “puramente visual” da...

Teresa Viana

Um lugar fora dele
Juliana Monachesi
“O vento tem uma coisa. Ele tira de você todas as certezas, ele se intromete em você, contínuo, fazendo você sentir a fragilidade oculta de tudo que existe a seu redor, todo o recheio sólido de mil e um empreendimentos – tudo frágil, improvisado.” – Este é o narrador onisciente do romance A artista do corpo (2001), de Don DeLillo, falando. São poucas as coisas que fazem lembrar que temos um limite – que ao mesmo tempo é uma potência – chamado “corpo”: a d...

Milena Travassos

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