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ARTISTAS
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Allan Yzumizawa é pesquisador de cultura e arte contemporânea. Atua como curador no Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (MACS). Doutorando em história da arte pela Unifesp, mestre em artes visuais pela Unicamp e bacharel em artes visuais pela Unicamp. Entre os principais projetos como curador, destacam-se: Corpos da água vermelha (Prêmio ProAC 2021), A invenção do herói, MACS (2022), O encontro é um lugar impossível, Centro Cultural Correios, São Paulo (2022) e Exercício Ka’a, Centro de Arte e Cultura Arapuca, Conde, PB (2022). Possui interesse nas produções de arte contemporânea deslocadas dos centros hegemônicos e nas manifestações culturais regionais do Brasil e suas relações com as teorias pós-coloniais. Vive e trabalha em Sorocaba, SP.

Exercício Ka’a: exposição para seres não humanos

Allan Yzumizawa

O projeto Exercício Ka’a foi realizado como pesquisa na Arapuca Residência, localizada no município de Conde, Paraíba, em maio de 2022. Trata-se de um exercício curatorial que propõe colocar, no limite, a ideia de público dentro do território da arte contemporânea. As exposições, de modo geral, são estruturadas como plataforma de socialização da arte, de modo que o público espectador se torna um dos pontos de extrema importância para as instituições. O Exercício Ka’a, por sua vez, visa reunir um conjunto de proposições artísticas dentro de uma espacialidade na floresta, de modo a constituir, como foco expositivo, um público não humano.  

A proposta instiga o exercício criativo em coautoria com a dinâmica da natureza, focado para um público de não humanos. Propõe, a partir da irracionalização e da desumanização, a criação de estruturas, ações e objetos que têm como perspectiva e diálogo a complexidade infinita de seres e dinâmicas que habitam e constituem a floresta. Os resultados e desdobramentos/fragmentos dessas ações foram adaptados para ser apresentados no Paço das Artes, constituindo uma translocação e tradução para seres humanos.  

O projeto Exercício Ka’a não se trata de uma pesquisa que se encerra com um objetivo, mas se apresenta como um exercício de experimentação, possibilitando e descobrindo outras formas metodológicas de se pensar e de se fazer arte. Se, por um lado, aprendemos com livros e com pessoas, questionamos nossa falta de escuta com outros seres. Podemos e devemos também aprender com as águas, pedras, plantas e animais, se quisermos constituir uma existência mais honrosa e bela neste universo.  

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