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ARTISTAS
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Cadu Gonçalves (São Paulo, 1991) é curador e pesquisador, bacharel em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Em sua trajetória, destacam-se a curadoria de Osvaldo Carvalho Falsa simetria, exposta em São Paulo (Janaina Torres Galeria) e Londres (Embaixada do Brasil), por meio do Breeze London, prêmio concedido à produção do artista carioca (2023); ZL não é um lugar assim tão longe, de Erick Peres (Nova Fotografia 2023, MIS); Polígonos, pórticos, matéria e desejo (Janaina Torres Galeria, SP, 2021); e Pequenos vestígios de melancolia (Funarte, SP, 2019). Foi assistente de curadoria de Araetá: a literatura dos povos originários (Sesc Ipiranga, SP, 2023) e integrou o grupo de pesquisa para o catálogo Dos Brasis: arte e pensamento negro (Sesc Belenzinho, SP, 2023).

Fervor

Cadu Gonçalves

Fervor, com curadoria de Cadu Gonçalves, apresenta um diálogo conceitual entre as artistas Alice Lara e Paola Ribeiro. Tendo como suporte a pintura, a performance e o vídeo, são postos em tensão a voz, o corpo e a paisagem, em relação à terra em constante estado de ebulição e esgotamento.

Em algum momento da história cristã ocidental, o fervor era relacionado a um sentimento intenso de religiosidade e à presença divina. Atualmente, ele encontra um terreno (in)fértil na lógica fundamentalista e predatória, e se apresenta como quadro clínico de um organismo em colapso. Neste estado de ebulição, vemos um desarranjo metabólico, irrefreável e, talvez, irreversível.  

No impulso do corpo e na relação com o entorno, articulados nas pesquisas de Alice Lara e Paola Ribeiro, Fervor é o contato com a terra arrasada traduzido em imagem. Misterioso e agudo, ele se apresenta em constante estado de tensão, seja pelo desafio no comportamento do som e da voz nos espaços, seja na canalização energética do estado performativo ou no retrato dos resultados da incineração massiva de um dos maiores biomas do país, o Pantanal. 

As artistas apresentam trabalhos decorrentes de suas participações em residências artísticas – Lara, em Pantanal Agora (Mato Grosso do Sul, 2020), e Ribeiro, na Residência Cultural Oficina Francisco Brennand (Pernambuco, 2023) – que, por coincidência ou destino, convocam, ambas, ao pleno estado da presença desafiada pelos contextos ambientais e simbólicos dos campos de produção, mas também estabelecem, na arte, um exercício de fé.

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