• Público participa da abertura da 1ª Temporada de Projetos de 2013 (Foto: divulgação)

  • O curador Giorgio Ronna participa de visita guiada com o público na abertura da exposição Walking (Foto: divulgação)

  • Painel de abertura da curadoria Walking, de Giorgio Ronna

  • Série A coleta da neblina (1999), de Brígida Baltar (Foto: divulgação)

  • O curador Giorgio Ronna participa de visita guiada com o público na abertura da exposição Walking (Foto: divulgação)

  • Errante (2009)

    Marion Velasco 

    fotografia

  • Público participa da abertura da 1ª Temporada de Projetos de 2013 (Foto: divulgação)

  • O curador Giorgio Ronna participa de visita guiada com o público na abertura da exposição Walking (Foto: divulgação)

  • Giorgio Ronna, curador da exposição Walking, durante evento de abertura 

  • Globo celeste (2004)

    Lia Chaia 

    fotografia

  • Série Errante (2009) 

    Marion Velasco

    fotografia

  • O curador Giorgio Ronna participa de visita guiada com o público na abertura da exposição Walking (Foto: divulgação)

  • Público participa da abertura da 1ª Temporada de Projetos de 2013 (Foto: divulgação)

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ARTISTAS

Brígida Baltar

Christa Ziegler

Lia Chaia

Marina Camargo

Marion Velasco




Giorgio Ronna atua como curador, artista, pesquisador e fotojornalista. Em 2012, ingressou no curso de especialização em Cultura e Arte Barroca da Universidade Federal de Outro Preto (UFOP, MG). Além da exposição Walking no Paço das Artes (SP, 2013), envolve-se com a curadoria do III Prêmio Artes Visuais João Simões Lopes Neto, no Instituto Simões Lopes Neto (RS, 2012), da mostra Entre Pindorama: Arte Brasileira Contemporânea e Antropofagia, no Künstlerhaus Stuttgart (Alemanha, 2004), entre outros projetos. Participa de exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, entre elas a individual Pudel Kollektion, em Hamburgo (Alemanha, 2008) e a coletiva The Power of Making, em Londres (Inglaterra, 2011). Giorgio nasceu, vive e trabalha na cidade de Pelotas (RS).

Walking

Giorgio Ronna

"Meu desejo por conhecimento é intermitente, mas meu desejo de banhar minha cabeça em atmosferas desconhecidas aos meus pés é perene e constante." Henry David Thoureau


A história do caminhar remete aos primórdios da nossa árvore genealógica. A evolução para o bipedalismo, provavelmente impulsionada por modificações climáticas que levaram as tribos Homininae a descer das árvores e ocupar as savanas da África, remonta a mais de 4 milhões de anos. 


Mas é apenas no século XVIII, com Os devaneios do caminhante solitário de Jean-Jacques Rousseau e a influência dessa obra sobre os poetas românticos que o ato de caminhar se transforma em experiência estética. Esse "sutil magnetismo da natureza", como definiu Thoureau, identificado mais tarde na paisagem urbana por Walter Benjamin em sua reflexão sobre o vaguear do flanêur, é o ponto de partida dessa exposição.


A série Coletas de neblina, de Brígida Baltar, surgiu da procura por novas direções e ambientes que produzissem satisfações sensoriais, levando a artista a distorcer radicalmente sua rotina urbana. Brígida recorreu à imaterialidade da neblina para legitimar sua vontade de perambular pela montanha e respirar seu ar úmido, enquanto aguarda a aurora para iniciar suas ações de coleta. 


A intervenção pública Globo celeste, de Lia Chaia, realizada durante sua residência em Paris, também é resultado de caminhadas. Desenhando percursos ao aplicar balões coloridos nas estruturas de ferro dispostas pelas calçadas da cidade, o corpo da artista se torna invisível, deixando sugerido o vestígio de seus deslocamentos.


Interessada na igualdade de status que as pessoas têm na rua, Christa Ziegler tem percorrido a pé dezenas de cidades por todo o mundo com uma câmera de médio formato, procurando, assim, preservar a naturalidade com que os transeuntes se manifestam no espaço urbano. A rede de inter-relacões que emerge da combinação desses fragmentos constrói uma espécie de narrativa que alude tanto à limitação da fotografia quanto às suas possibilidades ficcionais.


Observando a protagonização do espaço e sua construção na megacidade através das relações entre corpo, vestimenta e arquitetura, Marion Velasco vem desenvolvendo, desde 2005, a série Erragem. Em suas caminhadas por São Paulo, a artista documenta situações em que acontecem reduções da casa no corpo e o alargamento das possibilidades da vestimenta com base na mobilidade.


Em Alpenprojekt, Marina Camargo, após diversas caminhadas pelos alpes alemães, tenta dar conta da paisagem desenhando as silhuetas montanhosas em cartões pretos com uma tesoura. A videoinstalação mostra a artista nos pontos de observação que escolheu, sua ação de desenho, a subsequente sobreposição dos cartões com a própria paisagem e o entendimento de que essa forma de representação (assim como as outras) é falha e incompleta.


Walking apresenta cinco propostas artísticas com origem em uma estratégia comum: o deslocamento solitário, passo a passo, pela natureza e pela cidade − deslocamento que conduziu cada artista ao estado de vigilância intensa que transparece na combinação de suas poéticas.

  • Realização: